Conheça a história de pessoas que venceram o coronavírus na Cidade Ocidental
Em Cidade Ocidental, o primeiro caso de Covid-19 foi confirmado em 30 de março, desde então o número de pessoas com o novo coronavírus cresceu rapidamente, nessa primeira semana de Julho fechamos o número de casos confirmados em 520. Em contrapartida os 520 casos não estão ativos, desses 384 já estão recuperados, são pessoas de todas as idades e bairros que venceram a doença, mas que também já levou a vida de 10 moradores do nosso município, entre eles pioneiros e pessoas conhecidas e muito importantes.
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O Jornal O Grito entrou em contato com algumas pessoas recuperadas da Covid-19, procurando entender como foi esse período e como está a recuperação. Confira agora o depoimento de 7 moradores do município que lutaram contra a doença:
Gabrielle Felício, 15 anos
Moradora do Centro de Cidade Ocidental, ”Gaby” Felício foi a única da família que contraiu o vírus, quando os primeiros sintomas surgiram tentava se convencer que fosse outras coisas, como rinite alérgica, e chegou a procurar um otorrino, porém com os exames, foi confirmado o quadro de covid-19. ”No inicio não sentia gosto, nem cheiro e muita dor nas costas.” Ficou isolada no quarto, sozinha durante 15 dias, e sua família entregava água e comida pela janela do quarto. Apesar dos sintomas leves, para Gaby foi uma situação complicada, por ter ficado sozinha todo o período que foi marcado por excessiva dor nas costas e dor de cabeça, e uma noite não conseguia respirar com muita dor no peito. ” O pior dia, que eu achei que ia morrer.” Agora em recuperação, Gaby sente alguns sintomas como cansaço, mas não transmite mais o vírus.
Marta arcanjo Teixeira, 57 anos e Paulo Teixeira, 60 anos
Moradores da Ocidental Park, Marta contraiu o vírus primeiro. No começo parecia uma gripe, mas quando não sentia o cheiro do álcool em gel suspeitou que estava com covid-19, ela pela orientação do filho tentou cheirar outras coisas mas também não conseguiu. Foi para o hospital sexta-feira por volta de 23 horas e foi atendida, porém só realizou o exame na quarta-feira, confirmando a suspeita. Não sentiu febre, apenas falta de apetite, ofato, paladar e pouca tosse. Seguiu a vida normal enquanto estava isolada em casa e realizaram o exame no esposo ”Paulinho” por ter doenças crônicas e ser cadeirante, que deu negativo em primeiro momento, porém como Marta precisava cuidar dele não ficou isolada do marido. Ela acabou passando para o esposo e para o filho que realizaram o exame novamente depois da alguns dias, agora dando positivo. Paulinho apresentava sinais de pneumonia, mas foi tratado em casa pela esposa e hoje está bem. Apesar das outras complicações de saúde do esposo, Marta e Paulinho tiveram sintomas leves e hoje estão bem mas seguem em casa saindo o mínimo possível.
Geisa Oliveira, 23 anos
Moradora do Araguari 1, Geisa sentiu sintomas leves e rápidos nos primeiros 5 dias, apenas dor de cabeça e tosse. Dia 05/06 ela tinha consulta com a obstetra e foi encaminhada para fazer o exame e confirmar a suspeita de covid-19. Ela conseguiu realizar os exames no mesmo dia e dois dias depois recebeu uma ligação do laboratório informando que o teste tinha dado positivo. ”Foi um susto meu pai que também estava com sintomas tinha testado positivo no mesmo dia.” Pai e filha iniciaram o isolamento e antes do resultado ser confirmado a médica de Geisa a havia instruído sobre o receituário, mas por conta da gestação passou muito mal com alguns medicamentos. Geisa já estava com 33 semanas de gestação e mesmo com toda a informação que pesquisou sobre o novo coronavírus, ficou com muito medo de passar o vírus para o bebê. Ela sentiu sintomas leves e hoje está bem e recuperada, esperando a chegada do seu filho.
Edileuza Diogo Guimarães, 62 anos
Moradora do Parque Napolis, ”Dileuza” acreditou que estava com dengue, por achar os sintomas parecidos, e procurou um hospital, porém quando realizou o teste deu positivo para covid-19. Edileuza conta que antes de sair o resultado ela já estava há 5 dias em isolamento em casa, e com a confirmação da doença ela ficou tranquila. Durante todo o período de isolamento ela apresentou sintomas leves, sentindo apenas febre e fraqueza, falta de ofato e paladar, e não apresentando nenhum outro sintoma. A partir do terceiro dia tomando a medicação orientado pela médico, ela voltou a sentir gosto e o ofato retornou. Na família apenas ela e o neto testaram positivo, e ele não apresentou quase nenhum sintoma. Hoje Edileuza está recuperada, voltou a se alimentar direito e a trabalhar. Ela agradece sempre a Deus pela recuperação.
Beta Marsan e Iuri Sigolo, 54 anos
Moradores do Centro, após uma semana e meia de retorno ao trabalho, o esposo de Beta, Iuri, estava reclamando de mal estar e sentiu febre, mas continuou trabalhando normalmente. Ele se dirigindo a um hospital em Brasília, que aceitava o convênio do casal e o medico que o atendeu acreditava ser uma infecção ou gripe forte, mas o orientou realizar o exame para covid-19. Durante uma semana eles acreditavam se tratar de uma gripe, e estavam esperando o agendamento do convênio para o exame, porém a situação de Iuri piorou muito. Durante esse período Beta também apresentou sintomas de gripe, mas estava melhor que o marido, pois ele tem problemas cardíacos. Após essa semana, Beta apresentava por três dias desconforto intestinal e por orientação do filho realizaram o teste para Covid-19 no hospital do município e testaram positivo. Pela situação de Beta ela ficou internada no hospital tomando soro. Iuri continuou piorando e foi levado para o plano piloto e foi internado. Ele apresentou grandes complicações no organismo e ficou oito dias internado com o auxílio de oxigênio. Tanto Beta quanto a família acompanharam o quadro de Iuri por telefone, por ele ficar isolado da família. Beta também voltou a ser internada no mesmo hospital do marido para tomar soro. ”Foram dias de muitas dores, muita preocupação. Dias difíceis e longos.” Ela acredita que o vírus piora por questões emocionais, já que precisamos de cuidado e proximidade mas não podemos nesse período. A família de Beta e Iuri que acompanhou o quadro dos dois e auxiliaram com alimentação. Após o tempo separado, Iuri retornou para casa, e o casal ficou se medicando, completamente isolados e se comunicando com a família pelas redes sociais. ”Uma continuidade do nosso tratamento físico, emocional e psicológicos vem da família, dos amigos e das pessoas que nos querem bem.” Principalmente pelos manifestos de carinho e acolhimento. Para Beta a questão de estar sozinha no isolamento foi muito difícil, mas a tudo isso nos agrega aprendizado. Após esse período muito complicado, Iuri e Beta estão bem, Iuri retornou e apesar do medo que fica, eles seguem a vida com fé que tudo continuará bem.
Hoje, mais de metade das pessoas infectadas venceram a doença, algumas com sintomas mais leves e outras mais severos. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, entre as pessoas que ainda lutam contra a doença, cinco estão em internação hospitalar e 121 em isolamento social dentro de casa.
Por: Karla Beatryz/ Jornal O Grito