Disputa em Luziânia tende a ser entre Diego Sorgatto e Professora Edna Aparecida
O quadro político em Luziânia, principal cidade do Entorno de Brasília, está mudando de configuração. Num primeiro momento, estavam no páreo o deputado estadual Diego Sorgatto, do DEM, o deputado estadual Wilder Cambão, do PSD, e o advogado Eládio Carneiro, do PSL. De repente, o quadro se modificou de maneira expressiva.
Acusado de assédio a mulheres, Cristóvão Tormin foi afastado do cargo de prefeito — o que acabou por “dinamitar” seu grupo político.
Cristóvão Tormin apoiava Wilde Cambão para prefeito, mas, como o parlamentar foi se desidratando, por absorver o desgaste do prefeito interino, chegou a cogitar lançar o empresário Geraldo Caixeta, do PDT, um de seus melhores amigos e aliados políticos. Aos poucos, Wilde Cambão, que é considerado um político sério mas tímido, foi sendo rifado do processo. Não pelo PSD, mas pelo “aliado” Cristóvão Tormin, que, na cidade, é maior do que o partido (do qual, aliás, saiu, quiçá para não ser expulso).
A vice-prefeita Edna Aparecida Alves dos Santos, conhecida como Professora Edna, do Podemos, assumiu a prefeitura e, logo de cara, começou a denunciar os desmandos da gestão de Cristóvão Tormin. Ela assumiu o comando da gestão municipal com o apoio de Sorgatto. Entretanto, tomou gosto pelo poder e, incentivada pelo deputado federal José Nelto, do Podemos, tem afirmado aos seus aliados que pretende disputar a eleição no dia 15 de novembro deste ano. Estaria inclusive reformatando seu grupo político, com inclusão de novos aliados. Aos poucos, foi se afastado de Sorgatto e hoje estão politicamente rompidos.
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A grande surpresa do jogo é que, mesmo tendo sido atacado pela Professora Edna — que está agradando parte dos eleitores, por suas posições firmes —, Cristóvão Tormin pode acabar apoiando-a. A tendência é que o prefeito afastado banque o vice da prefeita interina. O prefeito afastado nem aprecia a prefeita interina, mas parece percebê-la como uma maneira de “atacar” Sorgatto. A aliados ele fala do deputado como se fosse, não um adversário político, mas um inimigo pessoal.
Aliados da Professora Edna sugerem até que ela quer os eleitores que apoiam o grupo de Cristóvão Tormin, mas ainda não definiu se quer o apoio do prefeito afastado. Como justificará para o eleitorado buscar o apoio de um político que foi afastado exatamente sob acusação de assediar mulheres? Como justificará aos eleitores ter feito, no início de sua gestão, críticas acerbas a Cristóvão Tormin? Uma aliança entre os dois pode até conferir alguma força ao prefeito afastado — seria apontado como articulador hábil —, mas tende a reduzir a força da prefeita interina.
O fato é que Luziânia está caminhando para uma nova polarização política — agora entre Sorgatto e Professora Edna.
O PSL banca a candidatura do advogado Eládio Carneiro, um político jovem e articulado, mas sem estrutura política que possa alavancar uma candidatura consistente. Wilde Cambão não anunciou que está fora do páreo. O PSD do ex-deputado federal Vilmar Rocha ainda o considera como pré-candidato. Mas caminhará com qual grupo? Há até quem afirme que acabará por apoiar Eládio Carneiro.
Reprodução: Jornal Opção