Jovem que ficou preso injustamente durante três anos deixa Papuda
Na noite desta quarta-feira (22/10), o jovem Lucas Moreira Souza, 27 anos, foi libertado do Complexo Penitenciário da Papuda. Ele estava preso injustamente há três anos e a justiça concedeu o alvará de soltura nessa quarta-feira (21/10). “Um presente melhor não poderia receber”, diz Lucas, que faz aniversário na semana que vem. O momento do reencontro com a família foi conturbado porque Lucas saiu antes do previsto. Ele foi solto durante a madrugada e precisou caminhar até a Rodoviária do Plano, onde tomou um ônibus para a Ceilândia Sul, e se instalou na casa de uma tia.
Continua depois da publicidade.
A mãe, a esposa e o filho não sabiam que ele sairia à noite e vieram espera-lo na saída da prisão nesta quinta (22/10), mas foram surpreendidos pela notícia de que ele já tinha sido solto. Ao serem avisados do paradeiro dele nesta manhã, a família foi ao local. No momento em que se viram, a emoção foi grande. Lucas abraçou todos os parentes e defensores. O abraço mais apertado foi com o filho Kauã Lucas, 5 anos, que tinha apenas 3 na época da prisão. “Quero tomar um sorvete com meu pai”, disse a criança.
Lucas foi preso em 2017 após ser reconhecido incorretamente por vítimas de roubo na Ceilândia. Ele foi abordado por policiais que procuravam os autores de roubos na região enquanto empinava pipa próximo à casa da tia. Contudo, as investigações apontavam que um dos suspeitos era manco, o que não era o caso de Lucas. Além disso, depois que Lucas foi preso, os assaltos com o carro roubado continuaram ocorrendo.
Agora, a família quer celebrar a saída. “Vamos comemorar”, diz a mãe, a vendedora Maridalha Moreira, 47. Lucas pretende retomar os estudos e concluir o ensino médio. Ele teve que interromper o curso quando houve a prisão. A defensora Antônia Carneiro afirma que vai ingressar com uma ação indenizatória para que Lucas seja recompensado por este período em que ficou preso injustamente.
“O estado o considerou inocente, vamos atrás dessa indicação, mesmo que não repare”, disse o defensor Daniel Oliveira.
Reprodução: Correio Braziliense