Decreto deve proibir comércio em Cidade Ocidental das 20h às 5h para conter a pandemia
Para conter o avanço da pandemia na Cidade Ocidental, o funcionamento do comércio deve ser suspenso das 20h às 5h, segundo o prefeito Fábio Correa. A nova regra foi divulgada na manhã desta segunda-feira em uma live com representantes do Gabinete de Gestão e Crise. A equipe afirmou que está estudando medidas mais rígidas de combate à pandemia, pois a rede de saúde do município está sobrecarregada.
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Os comércios não podem atender de forma presencial a partir das 20h e podem atender no esquema de delivery até 0h. Farmácias, hospitais, supermercados e outros estabelecimentos considerados “essenciais” pelo texto continuam com o funcionamento normalizado. De acordo com Fábio Correa, igrejas e templos de qualquer credo podem funcionar com 30% da capacidade de pessoas e estão na lista de atividades básicas. O prefeito afirmou que já encaminhou um projeto de lei que permite as atividades religiosas mesmo na pandemia.
A validade da medida é de duas semanas a partir da data de publicação, podendo ser prorrogada por mais sete dias, dependendo do estado de avanço da Covid-19 no município. De acordo com o último boletim epidemiológico divulgado, o estado de Goiás tinha 94,78% das vagas de UTI ocupadas. Esse foi um dos dados que embasou a decisão de fechar o comércio durante a noite na tentativa de diminuir a disseminação do vírus.
O prefeito da Cidade Ocidental pediu cautela por parte dos moradores. “A palavra chave é força tarefa. As secretarias vão estar coordenadas com a secretaria de saúde para para atender nas ruas, chegar aos bancos, supermercados, lotéricas, para auxiliar, fiscalizar, oferecer máscaras. Eu peço como prefeito, se você tiver que ir ao mercado, de repente mercado pode entregar na sua casa. Não leve a mulher, não leve os filhos, vá sozinho. Se não precisar sair, não saia, porque de repente você pode ser uma vítima”, pediu Fábio Correa.
A utilização de máscara de proteção facial também foi fortemente incentivada durante a reunião. “O que eu vi na semana passada, durante a conscientização, foi uma resistência da população em usar máscara. A gente distribuiu máscara e algumas pessoas nem aceitaram. Então depende de nós para que possamos resolver e vencer essa batalha. Convido comerciantes, e toda população para cumprir as determinações da vigilância sanitária”, pediu o secretário de segurança pública, Marco Aurélio.
Também participou da reunião a secretária de saúde, Luciene Paiva, que atualizou sobre a situação da rede de saúde do município. “Hoje, o estado de Goiás está em calamidade, não estamos tendo leitos. A nossa regulação é pelo estado de Goiás, não temos acesso ao Distrito Federal, então todos os nossos pacientes que estão sendo atendidos do município e dependem da necessidade de ser encaminhado para outro hospital do estado de Goiás, ele volta para esse sistema de regulação para aguardar uma vaga”, explicou sobre a distribuição de leitos.
“Não tem sido fácil, nós temos demorado aproximadamente 48 horas para conseguir uma vaga de UTI onde a gente sabe que um caso tem bastante importância, ou seja imediata, para ser solucionado, porém a gente precisa desse suporte de leitos de média e alta complexidade do estado de Goiás. Por isso, nosso município, por não possuir essa rede de leitos, entra em estado de calamidade pública. Devemos nos resguardar e resguardar a nossa população para que a gente não entre em um colapso de saúde”, esclareceu a secretária.
Marcos Braz/Jornal O Grito