Cidades do Entorno emprestam tubos de oxigênio uma para as outras para evitar colapso
Por conta da alta demanda, fornecedores de oxigênio hospitalar do sistema de saúde de Goiás têm enfrentado dificuldades de manter as unidades abastecidas. Para evitar um colapso, as cidades do entorno do DF têm colaborado umas com as outras, emprestando e recebendo o insumo. Na noite desta terça-feira, foi a vez de Luziânia enviar cinco recipientes para o município de Águas Lindas. Em um vídeo divulgado nas redes sociais, o prefeito de Luziânia, Diego Sorgatto (DEM), aparece carregando as cápsulas para envio.
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Em cidade Ocidental, o oxigênio chegou ao limite do estoque na noite desta terça-feira, 23, mas a secretaria de saúde municipal esclareceu que o insumo foi reabastecido antes de qualquer incidente. “Recebemos cerca de 30 balas pela manhã e 30 pela tarde, mas o fornecedor teve um problema na usina e não conseguiu chegar a tempo. Esse também é um recado para a população entender que estamos sobrecarregados”, disse a secretária de saúde Luciene Bernardes.
Águas Lindas de Goiás também precisou recorrer ao Governo do Distrito Federal, que enviou 35 metros cúbicos, mas a quantidade supriu a demanda do produto por apenas dez minutos. O prefeito Dr. Lucas Santa Mônica explicou que o município está trabalhando com o mesmo fornecedor e também enfrentou dificuldades. A cidade precisou recorrer às cidades do entorno e ao GDF, que enviou os cilindros. De acordo com o gestor, a normalização do produto deve ocorrer no início desta tarde desta quarta-feira, 24.
Os pacientes com a doença em Águas Lindas estão sendo tratados no hospital municipal Bom Jesus. A unidade está com 35 internados com Covid-19, sendo dois deles entubados, todos dependendo de oxigênio. O município está com um consumo diário de 500 Litros de oxigênio, mas os casos sem necessidade de uso de oxigênio estão sendo atendidos na unidade de Pronto Atendimento (UPA).
Outro retrato da sobrecarga do sistema aconteceu na semana passada, quando um carregamento de oxigênio chegou ao Hospital Municipal Antônio Batista da Silva, em Bela Vista de Goiás, na região Metropolitana de Goiânia, quando faltavam apenas oito minutos para que o oxigênio da unidade acabasse. Os cilindros e o motorista ficaram presos no bloqueio de manifestantes na BR-153 e quando chegaram foram recebidos com gritos e palmas.
Por: Marcos Braz / Jornal O Grito