Profissional da saúde confessa esquema de fura-filas na vacinação contra a Covid-19 em Luziânia 

Nesta quinta-feira (08/04), a Polícia Civil do Estado de Goiás, por meio do GEPATRI de Luziânia, deflagrou a “Operação Cura”, destinada a combater irregularidades na campanha de vacinação contra a Covid-19, em Luziânia-GO.

Após intenso trabalho investigativo do GEPATRI de Luziânia (PCGO), o Poder Judiciário deferiu duas buscas domiciliares, requeridas pelo Delegado de Polícia responsável pelo inquérito policial, nas residências de profissionais de saúde que, de acordo com as apurações, atuavam favorecendo, irregularmente, pessoas na fila de vacinação (esquema do “fura-fila”).

A gravidade da conduta apurada é evidenciada pelo prejuízo que causa a outras pessoas que, por estarem em grupos de maior risco, deveriam ser vacinadas antes, o que certamente evitaria centenas de mortes geradas pela pandemia que afeta toda a coletividade.

Importante registrar que, após a operação, uma das investigadas confessou todo o esquema em seu interrogatório policial.

Essa oitiva confirmou o que a investigação da Polícia Civil do Estado de Goiás já havia constatado: as investigadas, de fato, furavam a fila estabelecida pela campanha de vacinação, favorecendo pessoas que não preenchiam os requisitos para serem vacinadas naquele momento.

As duas buscas domiciliares foram cumpridas hoje pelo GEPATRI de Luziânia, em uma operação minuciosa e detalhista, que, depois de deflagrada, durou mais de 8 horas.

Registra-se que, na operação cura, foram apreendidos objetos que serão úteis à confirmação completa do modo como funcionava todo o esquema criminoso e podem, inclusive, levar ao esclarecimento de outras pessoas envolvidas no delito.

Caso sejam condenadas pela justiça, as investigadas poderão receber pena de mais de 13 anos de prisão, pelos crimes de peculato-desvio (art. 312 do CP) e de infração de medida sanitária preventiva majorada (art. 268, Parágrafo Único, do CP)

Os indivíduos que foram vacinados irregularmente também podem responder pelo crime de associação criminosa (Art. 288 do CP), caso seja comprovado que sabiam que estavam sendo favorecidos indevidamente ao serem vacinados.

A Prefeitura de Luziânia e a Secretaria Municipal de Saúde têm dado todo o apoio à Polícia Civil na investigação das duas profissionais de saúde envolvidas neste ocorrido. Assim que o caso foi descoberto, as mesmas foram afastadas. Em um momento tão difícil como o que estamos enfrentando, é revoltante ver que existem pessoas que não respeitam e acabam violando importantes regras.

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