Alunos do Colégio Vovó Olívia distribuem absorventes para mulheres em situação de vulnerabilidade social

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), uma em cada 10 meninas deixa de comparecer à escola durante o seu período menstrual. Por essa razão, o absorvente íntimo é um instrumento básico de higiene e poucas pessoas sabem, mas a pandemia causada pela Covid-19 gerou outra gravidade. As doações desse objeto se tornaram menos frequentes nos últimos meses e como o produto possui um custo considerável e o desemprego teve um aumento assustador, as mulheres de baixa renda foram as mais prejudicadas.

Ciente disso, uma educadora de Luziânia decidiu fazer a diferença e liderou um movimento social que ganhou a adesão de alunos e comunidade em geral. Com o apoio do 10º Batalhão da Polícia Militar, o Colégio Vovó Olívia, por meio da empresária e coordenadora da unidade de ensino, Polyana Braz, realizou uma arrecadação de absorventes que foram doados às mulheres carentes do Município. “Sou uma das proprietárias do colégio e trabalho com todos os projetos pedagógicos. Os absorventes foram arrecadados através de uma gincana feita no dia do estudante”, comentou Polyana Braz.

O sargento Evangelista e os soldados Marcos Lima, Leôncio e Santos participaram da ação solidária, ajudando na distribuição dos produtos. Os contemplados pela ação social foram as mulheres vítimas de violência doméstica, moradores do Parque Industrial e do Parque Alvorada, e prisioneiras da penitenciária feminina de Luziânia. 
A participação dos alunos foi fundamental para o sucesso da ação que, segundo a organização, resultou na arrecadação de mais de 40 mil absorventes. “Foi um projeto que nasceu do meu coração como educadora. Ao me deparar com meninas que vivem a pobreza menstrual e não podem nesse período frequentar as aulas, decidi enfrentar o preconceito e o tabu em relação a menstruação e colocar o projeto em prática. Deus iluminou e foi um sucesso”, comemorou Polyana.

Pesquisa

De acordo com uma pesquisa realizada pelo Levantamento Nacional Inédito, pesquisa está coordenada pela antropóloga Mirian Goldemberg, uma das causas da evasão escolar é a dificuldade que as jovens enfrentam por não poder comprar um absorvente. Em entrevista concedida ao Fantástico, Mirian Goldenberg, que também é pesquisadora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, lembrou que muitas jovens sentem vergonha e tentam se esconder. “A falta de absorvente provoca uma sensação de insegurança. É algo que elas sofrem sozinhas, como se fosse um fracasso, uma vergonha, isso é o que mais me chocou”, afirmou.

Da redação – Jornal O Grito. 

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