Justiça decide que não houve abuso em abordagem da PM a youtuber negro

A Justiça de Goiás, em nova decisão, manteve o entendimento de que a abordagem feita por policiais militares ao ciclista e youtuber negro Filipe Ferreira Oliveira, de 28 anos, em Cidade Ocidental, foi legal e dentro das normas de atuação previstas. O caso ocorreu em maio de 2021 e gerou revolta na internet.

Filipe, que também trabalhava como eletricista, estava em uma praça do município fazendo um vídeo de manobras de bicicleta para publicar em seu canal no YouTube. Durante a gravação, ele foi abordado pelos PMs e a maneira como tudo ocorreu levantou suspeitas de constrangimento e racismo.

Nessa decisão, a juíza Bianca Melo Cintra afirma que não houve ilegalidade e que Filipe se recusou a atender às ordens dos militares. O ciclista foi algemado e teve que assinar um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) por desobediência.

Repercussão

O caso repercutiu, rapidamente, na internet. Até artistas da TV chegaram a expor opiniões e cobrar uma posição do Governo de Goiás. Hoje, Filipe não mora mais na cidade. Ele se mudou com a família após se sentir perseguido por policiais locais.

Para o Ministério Público de Goiás (MPGO), houve crime de constrangimento ilegal. O cabo da PM Gustavo Brandão da Silva, que aparece na filmagem, foi denunciado em junho do ano passado, mas o juiz rejeitou a denúncia. O policial alegou, em depoimento, que o local da abordagem é famoso pela concentração de traficantes de drogas.

Filipe, no entanto, estava no local, apenas fazendo manobras de bike para publicar mais um vídeo em seu canal. Conforme a sentença da juíza, os militares fizeram uso de ações corretivas, previstas no manual de Procedimento Operacional Padrão (POP) da PMGO.

Reprodução – Metrópoles.

Victor Souza – Jornal O Grito.

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