Justiça eleitoral rejeita prestação de contas da dupla Rodolfo Valente e Paulo Rogério
“Façam o que eu mando, mas não façam o que eu faço”, este é certamente um dos ditos populares mais conhecidos e seguidos pelos falsos moralistas. E quando se fala em política, aí que ele é implantado com gosto. São nas disputas eleitorais que muitos candidatos a cargos públicos acreditam fielmente que vale tudo para chegar ao poder. A sensação de impunidade impera, pois o que vale mesmo é conquistar o poder a qualquer custo, infringindo o que determina a Lei. Em Cidade Ocidental, a última eleição municipal foi marcada por ataques difamatórios, tentativas frustradas de desestabilizar os demais postulantes à cadeira máxima do Município. Os responsáveis por esta onda de ataques foram dois personagens que hoje encontram-se na mira da Justiça Eleitoral. Sim, Rodolfo Valente e Paulo Rogério. A dupla que formou chapa majoritária na eleição de 2020 teve suas contas rejeitadas pela Justiça.
Após constatar diversas irregularidades nas contas apresentadas pela coligação comandada por Rodolfo e Paulo, a Justiça solicitou esclarecimentos, porém, não houve, por parte dos dois ex-candidatos, nenhuma providência para sanar o problema, isto é, ambos não se deram ao trabalho, sequer, de se manifestar.
Assim, um parecer técnico foi elaborado opinando pela desaprovação das contas. Somente após a decisão que a coligação decidiu fazer a juntada de documentos complementares na tentativa de ter as contas aprovadas, mas já era tarde. A prestação de contas de Rodolfo e Paulo demonstram que no jogo político, para eles, vale tudo, menos perder uma eleição. No entanto, eles não só perderam uma eleição de forma humilhante, como também tiveram suas contas rejeitadas.
Dentre as diversas irregularidades encontradas, algumas beiram o absurdo, uma vez que, tanto Rodolfo quanto Paulo são experientes, já que disputaram diversas eleições e deveriam saber que a Justiça Eleitoral é implacável quando se depara com os “espertinhos”. As irregularidades vão desde a falta de apresentação dos extratos bancários destinados à movimentação de recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha e de outros recursos, até a falta de informações acerca da contratação de pessoal, atividade de militância e mobilização de rua. Para a Justiça Eleitoral, desconfia-se que houve omissão de gastos eleitorais, fato considerado grave.
Diante de tudo isso, a juíza Roberta Wolpp Gonçalves decidiu rejeitar as contas dos dois políticos. “Considerando toda a legislação eleitoral aplicável ao caso e a não apresentação dos documentos fiscais solicitados pelo analista de contas, e que as irregularidades identificadas em seu conjunto comprometem a confiabilidade e a transparência das contas, entendo que a desaprovação é medida que se impõe”. Duas lições podem ser tiradas através dessa decisão. A primeira é que Rodolfo Valente e Paulo Rogério são exemplos de que teoria e prática são coisas diferentes, pois na teoria, usavam a bandeira da moralidade em seus discursos, mas na prática cometiam boa parte dos erros que eles atribuíam aos seus adversários. A segunda é que o eleitor precisa entender que “de boas intenções, o inferno está cheio.”.
Da redação – Jornal O Grito.