Morador de Cidade Ocidental liderava quadrilha que atraía homens para encontros, amarrava e extorquia
Nesta terça-feira (03), uma quadrilha que aplicava golpes em homossexuais do Distrito Federal e do Entorno foi desmantelada. Após uma ação da Polícia Civil, quatro dos sete suspeitos estão presos. O grupo agia por meio de aplicativos de relacionamento e foi desarticulado pela Divisão de Repressão a Sequestros (DRS) da Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri).
O líder da quadrilha utilizava a própria casa, na Cidade Ocidental, para marcar os encontros. A filha do dono de uma imobiliária do Entorno passou a integrar o grupo. Conforme o tempo foi passando, a quadrilha resolveu alugar residências, disponibilizadas pela então nova integrante. Ela fornecia as chaves dos locais, mediante pagamento de 10% da quantia roubada. As vítimas eram atraídas para encontros sexuais em casas na Santa Maria e no Novo Gama.
Além dos valores em dinheiro, os celulares das vítimas eram repassados para outro membro do grupo, dono de uma banca na Feira de Santa Maria. Ele teria ensinado o líder da quadrilha a desabilitar o iCloud. O grupo atuava há, pelo menos, dez meses.
Quando chegavam aos locais dos encontros, as vítimas eram imediatamente rendidas, amarradas com cabos e fios e colocadas em colchões, com o rosto para baixo. Os criminosos utilizavam uma faca e um simulacro de arma para intimidá-las. As vítimas eram obrigadas a fornecer senhas dos celulares e dos aplicativos bancários, dos quais eram retirados valores via transferência por Pix e por máquinas de cartões, fornecidas por outro integrante do grupo.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Leandro Ritt, o criminoso à frente do grupo foi um dos que mais se beneficiou do esquema violento. Morador de Cidade Ocidental, o criminoso ostentava desde sua última saída da prisão. “Acreditamos que algo em torno de R$ 500 mil. Ele adquiriu um apartamento, pagou cirurgias para a sogra e, nesses meses em que esteve em liberdade, teve uma vida de alto padrão”, diz o investigador.
Os criminosos responderão por roubo, extorsão qualificada pela restrição da liberdade das vítimas e associação criminosa. Se condenados, podem receber pena de mais de 30 anos, em regime fechado.
Victor Souza – Jornal O Grito.