Exclusivo: Vítima de assédio na Havan relata, em detalhes, momentos de terror

O Jornal O Grito conseguiu uma entrevista exclusiva com a vítima do caso que envolveu assédio em ambiente de trabalho, na loja Havan de Valparaíso de Goiás

Na última quarta-feira (06), o Jornal O Grito veiculou uma notícia sobre uma vendedora de uma unidade da rede de lojas Havan, de Valparaíso, que será indenizada no valor de R$ 10.000,00 após sofrer assédio sexual durante o expediente de trabalho.

De acordo com a decisão do TRT-18, o colegiado, por unanimidade, manteve a sentença que julgou procedente o pedido de indenização por dano moral, condenando a empresa ao pagamento de R$ 10 mil a esse título.

Relatos

De acordo com a denúncia, o agressor sempre ficava olhando, de maneira sugestiva, para as clientes. Em certos momentos, clientes já saíram da loja com raiva e desconforto causado pelos olhares.

“Ele pegava nas partes íntimas e ficava olhando muito, de forma que incomodava”, diz a vítima. “Eu chegava e ele estava pegando nas partes íntimas e olhando pra ‘minha’. Eu ficava sem graça e saía”, conta a mulher.

A vítima, hoje, faz acompanhamento e toma remédios para depressão devido aos eventos sofridos na loja.

Mesmo pedindo à gerente da loja, a vítima relata não ter sido levada a sério. “Eu virei motivo de chacota. As pessoas começaram a rir de mim”, relata.

Ela afirma que chegou a pedir pra ser mandada embora, para que não perdesse alguns direitos que tinha, na ocasião.

De acordo com a vítima, após ter sido encostada para tratar a saúde mental, o agressor foi comunicado pela gerente do que tinha acontecido. Mas segundo ela, o autor deu a versão dele e “ficou por isso mesmo”. Após a ocasião, a vítima conta que começou a sofrer diversas ameaças pelo agressor. E lá, pelo fato de ser proibido trabalhar utilizando celular, a vítima nunca conseguiu gravar qualquer situação.

Em certo dia, a mulher relata quase ter sido agredida fisicamente pelo autor. Na oportunidade, a mulher disse ao agressor que ele “nunca tinha sido homem pra assumir o que fez”. Após a fala, o autor levantou a mão para agredir a mulher e foi interrompido por outros funcionários. Após a ação, o agressor xingou a vítima no meio de todos os funcionários. Segundo ela, vídeos das câmeras de segurança, do momento da agressão, estavam circulando entre os funcionários.

“Eu precisava do trabalho. Eu só não peço pra voltar, porque não tenho condição mental e física”, diz.

“Eu não me conformo, porque a empresa tinha que ter me protegido de alguma forma. Eu não queria que fizessem nenhum mal, mas colocar ele no mesmo horário que eu?! Já estava difícil trabalhar em horários diferentes”, relata a vítima.

O jornal O Grito entrou em contato com a assessoria da Havan, solicitando um posicionamento sobre o ocorrido. De acordo com a loja, como se trata de um caso encerrado, não irá fornecer quaisquer informações sobre o caso e informou que o colaborador foi demitido.

Victor Souza – Jornal O Grito.

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