Pai de santo investigado por estuprar adolescentes em Cidade Ocidental aguarda decisão do Poder Judiciário; Vítimas pedem justiça
No começo do ano, um pai de santo conhecido como Antônio Roberto Silva do Nascimento, do Ilê Axé Catubencimbe, foi investigado pela Polícia Civil por cometer o crime de estupro. O caso ocorreu no fim do ano passado, no Jardim ABC, mas o processo segue na Justiça e o suspeito permanece livre.
Denunciado na Polícia Civil de Goiás (PCGO), o homem convivia diariamente com as vítimas. Antônio Roberto Silva do Nascimento, conhecido na comunidade como Betinho, teria cometido as agressões por quase um ano contra as duas menores de idade.
Os abusos sexuais só vieram à tona depois da mulher de 53 anos, uma Ekedi (espécie de auxiliar dos trabalhos), ter sido atacada em um dos aposentos do terreiro, enquanto dormia, em novembro.
Segundo relatos à PCGO, a mulher estava dormindo juntamente com as filhas e duas adolescentes, quando acordou apenas de calcinha. “Antes disso tudo vir à tona, eu achava que tinha escolhido o melhor lugar do mundo para viver”, diz uma das vítimas, de 53 anos, que teria sido vítima de violência sexual dentro de um barracão. Além dela, ao menos duas adolescentes, de 11 e 16 anos, também teriam sido abusadas pelo pai de santo do Ilê Axé Catubencimbe. Segundo uma das vítimas, de 11 anos, caso não concordasse com tal entidade que ele supostamente a havia consagrado, iria matá-la e a seus familiares.
“Como eu tomo medicação para dormir, não percebi nenhuma movimentação estranha durante a noite. Quando acordei, perguntei às meninas se elas haviam tirado o meu calção, mesmo sabendo que não fariam isso”, relata a mulher.
Desde dezembro do ano passado, o caso corre em segredo no Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO). Até o momento, não houve nenhuma decisão em relação ao agendamento de audiência de instrução e julgamento. Contudo, para as vítimas, o processo tem sido demorado.
De acordo com o Portal Metrópoles, o laudo de exame de corpo e delito da menina de 13 anos foi anexado ao processo em julho deste ano, cerca de quatro meses após ter sido concluído. O resultado, segundo o jornal, atesta que houve, de fato, ruptura do hímen da jovem.
De acordo com informações da PCGO, o crime não foi confirmado.
Victor Souza – Jornal O Grito.