Polícia Civil desarticula grupos que transformam Rodoviária e seus arredores em feira de drogas
Uma intrincada rede operada por duas organizações criminosas transformou o centro da capital federal em um mercado ilícito de crack, maconha e cocaína. Esses grupos se distribuíam estrategicamente entre líderes, transportadores, vigias e vendedores, estabelecendo postos coordenados, incluindo a Rodoviária do Plano Piloto. Nesta manhã de quarta-feira (30/8), agentes da 5ª Delegacia de Polícia (região central) lançaram a operação “Terminal Brasília” e desmantelaram essa operação. Estão sendo executados 36 mandados de busca e apreensão e 34 de prisões temporárias.
As ordens judiciais foram autorizadas pelo Juiz da 5ª Vara de Entorpecentes de Brasília, contra as duas organizações criminosas focadas no tráfico de drogas no centro de Brasília. As investigações tiveram início em setembro de 2021, quando a polícia descobriu que os criminosos se organizavam em pontos estratégicos para a venda de entorpecentes, incluindo a Rodoviária, o Conjunto Nacional, o Conic, o Setor Comercial Sul e seus arredores.
O primeiro grupo criminoso é liderado por um indivíduo de 30 anos e cuidava da comercialização de crack. Já o segundo grupo, sob o comando de um homem de 38 anos, vendia cocaína e maconha nos locais mencionados.
De forma meticulosa, ambos os grupos planejavam cada detalhe para garantir a venda das substâncias e evadir a vigilância policial. Com o propósito de dificultar a ação das forças de segurança do DF, os encarregados pelo transporte das drogas realizavam o trajeto do ponto de armazenamento dos entorpecentes, normalmente em Ceilândia ou no Entorno do DF, durante a troca de turno dos policiais.
Após a obtenção das drogas, os criminosos as entregavam a outra parte da organização, responsável por ocultá-las em pontos da Rodoviária, Conjunto Nacional, Conic e Setor Comercial Sul. A equipe encarregada da guarda e vigilância repassava pequenas quantidades dos entorpecentes aos vendedores, frequentemente usuários de drogas, adolescentes e moradores de rua.
Após a venda, o dinheiro ou objetos recebidos eram repassados a outros membros do grupo, como indivíduos que atuavam em locais próximos, ambulantes, flanelinhas, vigias e até taxistas. A polícia identificou que as organizações recorriam a motoristas de aplicativo e taxistas para transportar drogas, bem como clientes em busca das substâncias.
Através dessa estratégia, os criminosos evitavam que os membros fossem presos. Geralmente, os policiais detinham as pessoas com as drogas, porém, devido à quantidade reduzida, a acusação se limitava à posse para consumo pessoal.
A operação mobilizou 275 policiais civis, com o auxílio de agentes do Departamento de Polícia Especializada, da Divisão de Operações Aéreas/DOA; da Divisão de Operações Especiais/DOE e da seção de Operações com Cães (SOC/DOE/PCDF).
Os mandados judiciais foram cumpridos em diversas regiões administrativas, incluindo Ceilândia, Sol Nascente, Samambaia, Recanto das Emas, Asa Norte, Planaltina, Paranoá, Riacho Fundo II, Riacho Fundo I, Vicente Pires, São Sebastião, Rodoviária do Plano Piloto, Conjunto Nacional, Teatro Nacional, Conic e Setor Comercial Sul, além das cidades goianas de Santo Antônio do Descoberto, Luziânia, Planaltina de Goiás e Valparaíso.
Todos os membros dessas organizações criminosas enfrentarão acusações por associação e tráfico de drogas, sujeitos a penas de 8 a 25 anos de reclusão.
Da redação – Jornal O Grito.
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