Operação do MPGO força Câmara de Valparaíso a antecipar recesso
A ação do Ministério Público de Goiás, batizada de Operação Má Influência, tendo como foco a Câmara Municipal de Valparaíso e as residências do atual presidente da Casa de Leis, Alceu Gomes, e de dois ex-presidentes, continua rendendo. Documentos relacionados a denúncias de corrupção e falta de transparência foram recolhidos durante a operação.
O presidente do Poder Legislativo tomou uma decisão considerada arbitrária ao colocar em votação o encerramento das atividades de 2024. Sem justificativa plausível, foram ignorados trabalhos pendentes, como a aprovação da ata da última sessão e outros projetos em tramitação. Não houve sessão formal para deliberar sobre o recesso.
Além disso, a Casa estava sem energia elétrica, o que dificultou ainda mais as atividades. “Chegamos aqui e não havia luz. Isso compromete o trabalho dos servidores e o funcionamento do Legislativo. Parece até proposital, para dificultar as coisas”, afirmou um vereador.
O recesso foi antecipado de forma controversa, já que o período deveria começar apenas no dia 15 de dezembro, com pelo menos três sessões ainda previstas. O encerramento dos trabalhos antes disso foi visto como uma afronta à democracia, já que o Legislativo deve ser a voz do povo, e a população e os servidores merecem respeito.
Houve também um alerta sobre as possíveis consequências da atitude do presidente. “Alceu está ultrapassando seus limites. No mínimo, ele deveria ser afastado pela Justiça, para que o vice-presidente assumisse e concluíssemos o ano legislativo de forma correta”, disse um parlamentar.
Por fim, foi reforçado o compromisso com o mandato e o pedido por providências. “O gabinete está funcionando normalmente. Espera-se que o presidente convoque uma sessão extraordinária para votarmos os projetos e encerrarmos o ano com seriedade. A comunidade precisa de respostas, e o Legislativo deve cumprir seu papel até o último dia”, concluiu o parlamentar.
A operação
A Operação Má Influência, conduzida pelo Ministério Público de Goiás (MPGO), resultou no cumprimento de sete mandados de busca e apreensão em residências, empresas e na sede da Câmara Municipal. Durante a operação, foram apreendidos R$ 10.800 em espécie e pedras preciosas de origem não esclarecida. O trabalho contou com a participação de oito promotores de Justiça e apoio da Polícia Militar, com as ordens expedidas pela 2ª Vara Criminal da comarca local. Embora o MP tenha mantido o sigilo sobre os alvos da operação, informações vazadas sugerem que os nomes de Flávio Lopes (MDB), Plácido Cunha (PDT) e Alceu Gomes (UB) estão relacionados ao processo.
Alceu Gomes, presidente da Câmara Municipal, já havia sido alvo de diversas acusações por má gestão, incluindo a realização de reformas no prédio da Câmara sem licitação, planejamento adequado ou autorização do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (CREA-GO). As obras, como a instalação de porcelanato, letreiros e pintura, foram realizadas sem registros técnicos necessários e com trabalhadores atuando sem equipamentos de proteção.
Da redação – Jornal O Grito.
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