Vereadores garantem “marmita de ouro” com auxílio de R$ 1.500 enquanto Cidade Ocidental enfrenta problemas
A poucos dias do encerramento da atual legislatura, a Câmara Municipal de Cidade Ocidental, aprovou por unanimidade de votos um projeto que institui um auxílio-alimentação mensal de R$ 1.500,00 para os vereadores em exercício. A medida já começou a ser amplamente criticada pela população, que vê na aprovação tardia um movimento estratégico para evitar maior desgaste público.
O benefício, classificado como verba indenizatória, será pago independentemente da carga horária dos parlamentares e não será tributado nem sofrerá descontos previdenciários. Vale lembrar que os vereadores da cidade já recebem um salário considerável, além de diárias pagas para participação em eventos oficiais fora do Município. Ainda assim, as atividades legislativas da Câmara limitam-se, em sua maioria, às sessões realizadas nos seis primeiros dias de cada mês, isso quando as mesmas não acontecem por falta de quórum, levantando questionamentos sobre a real necessidade de mais este privilégio.
A aprovação do auxílio ocorre em um momento delicado, com a população enfrentando sérios problemas e o Município lidando com desafios como precariedade nos bairros. Enquanto isso, o Legislativo local escolhe direcionar recursos para um benefício adicional destinado a quem já ocupa uma posição privilegiada na estrutura administrativa.
O projeto também prevê reajustes anuais do valor do auxílio com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), garantindo que os parlamentares não percam o poder de compra, mesmo em um cenário de inflação. A justificativa oficial é que o valor está alinhado ao custo médio de refeições e que o benefício é necessário para o desempenho das funções legislativas.
Entretanto, moradores expressaram indignação nas redes sociais e em conversas pela cidade. “É uma afronta. Os vereadores já recebem bem, têm diárias e ainda se dão o luxo de garantir um ‘extra’ para algo que é obrigação de qualquer trabalhador: pagar pela própria alimentação”, desabafou um morador. O momento em que o projeto foi aprovado também levanta suspeitas. A poucos dias de encerrar o mandato, os vereadores parecem ter priorizado seus próprios interesses em vez de discutir pautas urgentes para a população.
A medida, ao entrar em vigor, será custeada pelos cofres públicos, evidenciando, mais uma vez, o abismo entre as necessidades dos cidadãos e as ações do Legislativo. Resta à população avaliar se atitudes como essa merecem ser recompensadas nas urnas ou se é hora de cobrar mais responsabilidade e ética dos representantes.
Da redação – Jornal O Grito.
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