Caiado crítico decreto presidencial sobre uso da força: “Presente de Natal para o crime organizado”

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), manifestou forte oposição ao decreto presidencial que regulamenta o uso da força por agentes de segurança pública e estabelece novas restrições ao uso de armas de fogo. Assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e redigido em conjunto com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, sob a liderança do ministro Ricardo Lewandowski, o documento determina que armas de fogo sejam usadas apenas como “último recurso”.

O decreto também proíbe o uso de armamento contra pessoas desarmadas em fuga ou veículos que desrespeitem bloqueios policiais. Caiado classificou a medida como um “presente de Natal” ao crime organizado e uma “chantagem explícita contra os Estados”, já que o acesso aos fundos de segurança pública e penitenciária dependerá do cumprimento das novas diretrizes federais.

Nas redes sociais, o governador criticou duramente a iniciativa. “O crime organizado celebra hoje o grande presente de Natal recebido do presidente Lula: um decreto que lhes garante mais liberdade de ação e promove o engessamento das forças policiais. É o modelo PT-venezuelano, que parece querer incendiar o país”, escreveu Caiado em sua conta no X (antigo Twitter).

O governador também argumentou que as diretrizes focam em crimes de menor potencial ofensivo, ignorando a gravidade das ameaças representadas pelo crime organizado. Apesar das críticas, o decreto prevê a criação de um Comitê Nacional de Monitoramento do Uso da Força para supervisionar a implementação das normas.

Essa não é a primeira vez que Lula e Caiado divergem sobre segurança pública. Em 31 de outubro, durante o encerramento de uma reunião no Planalto, o presidente ironizou declarações do governador, que havia afirmado ter “acabado com o crime em Goiás” e criticou a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do governo federal sobre o tema.

“[A segurança] é uma situação muito complicada no Brasil inteiro. Tive a oportunidade hoje de conhecer o único Estado que não tem problema de segurança, que é Goiás. Eu peço ao Lewandowski para ir lá, pois pode ser referência para os outros governadores “, declarou Lula na ocasião, com tom de sarcasmo.

A troca de farpas entre Caiado e Lula evidencia a tensão política em torno das políticas de segurança pública no Brasil, levantando questionamentos sobre a eficácia e o impacto das novas diretrizes federais.

Da redação – Jornal O Grito.


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