Caiado alerta sobre facções no Brasil durante audiência na Câmara
Durante audiência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (28/5), o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), fez duras críticas ao avanço das facções criminosas no Brasil e à proposta de centralização da segurança pública por meio da PEC 18/2025, conhecida como PEC da Segurança Pública. Para Caiado, a criação de um Sistema Único de Segurança Pública compromete a eficácia das ações nos estados e representa uma tentativa do governo federal de interferir nas prerrogativas estaduais.
“Não podemos tratar faccionado como crime comum. É um processo de complacência e conivência. Isso é ausência de Estado”, disse o governador, que também apontou fragilidades da União no combate a crimes de fronteira, tráfico de armas e lavagem de dinheiro. Caiado destacou ainda que o crime organizado expandiu sua atuação para setores da economia, como o mercado imobiliário, transporte urbano e postos de combustíveis.
O chefe do Executivo goiano defendeu a autonomia dos estados e apresentou os resultados da sua gestão, com quedas significativas nos índices de criminalidade em Goiás: 55% na redução de homicídios dolosos, 88% nos roubos a transeuntes e 93% nos roubos de veículos entre 2018 e 2024. “Ou bandido muda de profissão, ou muda do Estado”, afirmou.
O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), também participou da audiência e reforçou o discurso de Caiado, pedindo ações urgentes contra o crime organizado. Parlamentares como a deputada Caroline de Toni (PL-SC) e o deputado Pedro Aihara (PRD-MG) também criticaram a PEC, defendendo que os investimentos devem ser feitos nas estruturas estaduais já existentes, e não por meio de uma alteração constitucional que, segundo eles, pode não surtir efeito prático.
A audiência atendeu a um pedido do deputado Mendonça Filho (União–PE), relator da proposta, e acendeu o debate sobre o equilíbrio entre União e estados na formulação e execução das políticas de segurança pública no país.
Da redação – Jornal O Grito.
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