MPGO investiga gastos para festas na Cidade Ocidental com contratos que somam mais de R$ 1,1 milhão
O Ministério Público de Goiás (MPGO), por meio da 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Cidade Ocidental, instaurou processo administrativo para apurar os gastos excessivos da prefeitura com eventos festivos. A portaria, assinada pela promotora de Justiça Camila Silva de Souza Otsuka, aponta que os valores empenhados são incompatíveis com a realidade financeira do município.
Conforme apurado, a prefeitura deve investir mais de R$ 1,1 milhão na realização da 47ª Festa de Santo Antônio e nas comemorações do aniversário da cidade. Para o evento em junho, a previsão é de aproximadamente R$ 779,1 mil, enquanto a festa de agosto terá custos estimados em R$ 348 mil. A administração municipal informou que os shows serão custeados por meio de emendas parlamentares e que se manifestará após o recebimento formal do processo.
Entre os artistas contratados para a Festa de Santo Antônio, que ocorre entre 1º e 15 de junho com entrada gratuita, destacam-se:
- Alceu Valença (R$ 280 mil)
- Fulô de Mandacaru (R$ 180 mil)
- Anjos de Resgate (R$ 100 mil)
- Davidson Silva (R$ 85 mil)
- Jocélio DDD (R$ 36,4 mil)
- Rony & Ricardo (R$ 35 mil)
A banda Oxente Cerrado também está prevista, contudo o contrato não foi localizado no Portal da Transparência. Para a festa de agosto, foram contratados os cantores Hungria Hip Hop (R$ 250 mil) e Ju Marques (R$ 98 mil).
O Ministério Público enfatiza que esses gastos contrastam com as condições precárias dos serviços públicos essenciais no município. Destaca-se a ausência de transporte escolar para diversos alunos, o que motivou a instauração de notícia de fato. Além disso, há registros de falta de insumos e medicamentos, que resultaram em diversas notícias de fato e pelo menos 33 ações judiciais que buscam garantir o fornecimento desses itens.
A Portaria também traz dados preocupantes sobre o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do município, que é de 0,717, inferior às médias nacional (0,789) e estadual (0,737). Quanto à infraestrutura básica, 37,05% da população, equivalente a 33.997 habitantes, não possui acesso à água tratada; 60,96% (55.939 pessoas) vivem sem acesso à rede de esgoto; e 17,05% (15.644 habitantes) não contam com coleta regular de lixo — números que superam as médias estadual e nacional.
A prefeitura aguarda a notificação formal para se manifestar oficialmente sobre o processo instaurado pelo Ministério Público.
Fonte: Jornal Opção
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